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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: https://gl-m-wikipedia-org.translate.goog/

 

XABIER XIL XARDÓN

(  GALICIA  )

 

San Tomé de Morgade é uma freguesia do município ourense de Xinzo de Limia, na comarca de Limia. No ano de 2022, contava com 302 habitantes, dos quais 149 eram homens e 153 eram mulheres.

É licenciado em Filologia Galega pela Universidade de Vigo e actualmente é professor de língua e literatura galega no ensino secundário . Em sua coleção de poemas Os animais são universais porque não têm relutância, ele tenta criar um retrato do meio ambiente e do povo de Limia , enquanto em O trono já não ven de ceo ele é mais crítico. Pertence ao coletivo Redes Escarlata.

Prêmios

        Prêmio de poesia Antón Tovar da Câmara Municipal de Rairiz de Vega em 2007 , por abismalia .

TEXTOS EM GALEGO  - TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

ARRINCANDO MAR 2019: Estévez, Paula Carballeira, Quico, Raúl Gómez Parto, Roi Vidal, Rosalia Fernández Rial, Suso Díaz, Xavier Xil Xardón. Santiago de ompostela, Galicia: Edicions Positivas, 2019.   87 p.  ISBN 978-84-949336-8-4    No.10 887

                                        Exemplar Biblioteca de Antonio Miranda


No telhado do alpendre repousa unha
gaiola vella.

Quizais haxa mensaxes implícitas nos ferranchos,
na súa diposición, na oxidación, no vagaroso estender do mofo.
Talvez as mãos que a invadiram no alto descarregaram
no esforço uma sorte de gênio coletivo
e talvez o arroto foi algo assim como um tocar subconsciente,
amálgama de fonemas cifrados dos que surgir um
poema inteligível eu sei de estampa de pós-guerra belíssima.

O telhado velho, coberto pulso musgo e espigas secas
por entre as cicatrizes, ainda pode bem com peso dos meninos
que ficam horas sentados no curto ao lado da gaiola,
remessas no transcorrer do tempo entre badalada e badalada.
Nas árvores de carvalhos para os que fitan não há medos;
apenas meninos velhos e esnacados
com surdo ecoar de quios entre os guizos.
Nem sabem o que é um rio
e mais por vexes abrace-os as
bochechas
e ponham cara de afogados.

Quando tentam fechar os olhos
sempre é demasiado tarde.

Cando menos a derrota, 2009
 

Todo canto fica em pé e
já é só ruina


       O tempo un acordeón cos pregos sempre equidistantes
contra os sucos das leiras onde xacen
fitos
os escombros

Un pentagrama esvarando nas vidreiras —melodias
fungando na sás das xeracións de moscas que resistiron todo
o inverno—
(relativamente equidistantes)

As ruínas son
esse fito caído da adolescencia que facía que cada noite fose
unha sala de espera,
o porquê e o como non do tempo enxoito;
a esencia e os despropósitos, os motivos canda ao absurdo;
unha procesión de culpas camiñando en fila india
e un exercito de arelas desarmado de si mesmo.
Dúas greas deferindo as aparências, mais a igual distancia, as
dúas,
do inevitable

(—Avó, hai mais terras para alén dos nosos ollos?

—Hai, pero ningunha nunca che nos doerá tanto)


Cando menos a derrota, 2009


Estilo

No cuartel (cheiraba a ambulatório)
a inscrición intransferible do matapiollos
(xa par sempre) eustodiada
por señores verde-oliva
como um significante baleiro, disposto
a redundar en todo
así  de claro, intransferible.

Detéxtonos, 2018


Asubío

se desfago todo. 

                                                     
Nación Paulov

Salivan os cans
e chove.
Detéxtonos, 2018


Coitados

Tropezan na pedra. Só alguns
collen a pedra
e abren a cabeza com ela.
Detéxtonos, 2018


Medran nada de herba mesta a rentes
dos paus da luz nunha ascensión
lentíssima deica a vertixe (os sinais
luminescentes das estremas).

Non pisar.

Vai um dia por diante
e no rastro os dedos dun menino
tronzándose na porta

son crebares mainos
a erosión do ámbar
a desapariciónn da impunidade.

Contaxio, 2019


Vertixe era um processo descríndose a si

       mesmo,
unha teima pola apropiación dos passos
e das rúas.

Unha besta atrapallando o tráfico, 2019

                                                                             Contaxio, 2019

Partindo o aire a brazada limpa

o imperio engrossa impacto a impacto e
vén a morte e senta á mesa e bendí a
fronte do meniño.

Comemos sen erguer do prato as marcas
da freada, o trabar na lingua do invisible e
festa sem navallas
non é festa.
                                                                         Contaxio, 2019



Non hai lugar para o descoñecido.
Volve á casa ver morrer os estorñinos.    

                                                           Contaxio, 2019

                        TEXTOS EM PORTUGUÊS
                     Tradução de ANTONIO MIRANDA  

 

No telhado do alpendre repousa uma
gaiola velha.

Talvez haja mensagens implícitas nos ferranchos galegos,
na sas diposição, na oxidação, no vagaroso estender do mofo.
Quizais as mans que a arrebolaron ao alto descargaron
no esforzo unha sorte de senio colectivo
e quizais o arrouto foi algo asío coma um tatexo subconsciente,
amalgama de fonemas cifrados dos que xurdir um
poema intelixible a seito de estampa de pós-guerra belíssima.

O tellado vello, cuberto polso musguse e espigas secas
por entre as cicatrices, inda pode ben cos peso dos dous nenos
que fican horas sentados no curuto a carón da gaiola,
envisos no transcorrer do tempo entre badalada e badalada.
Nos carballos para os que fitan non hai medos;
apenas niños vellos e esnacados
con xordo ecoar de chios entre os guizos.
Nen saben o que é un río
e mais por veces abrancúxanilles as fazulas
e podem cara de afogados.

Cando tentan pechar os ollos
sempre é demasiado tarde.

Cando menos a derrota, 2009

 

Todo canto fica em pé e
já é só ruina

        O tempo um acordeão com as unhas sempre equidistantes
contra as ranhuras das propriedades onde jazem
conquistas
os escombros

Um pentagrama deslizando nas vidreiras —melodias
fungando nas você sabe nas gerações de moscas que resistiram     
todo o inverno—                                                                            

(relativamente equidistantes)

As ruínas são
esse marco caído da adolescência que fazia que cada noite fosse
uma sala de espera,
o porquê e o como não do tempo assustado;
a essência e os despropósitos, os motivos dormindo no
absurdo;

        uma procissão de culpas caminhando em fila índia
e um exército de areias desarmado de si mesmo.
Duas graxas galegas aprazando as aparências, mais a igual
distancia, as duas,                                                                                        
do inevitável

(—Avó, te, mais terras para além dos nossos olhos?

—Tem, mas nenhuma nunca que nos doerá tanto)


Cando menos a derrota, 2009


Estilo

No quartel (cheirava a ambulatório)
a inscrição intransferível dos mata piolhos
(já para sempre) eustodiada
por senhores verde-oliva
como um significante baleiro, disposto
a redundar em tudo
assim de claro, intransferível.

Detéxtonos, 2018


Assobio

se desfaço tudo. 

                                                     
Nación Paulov

Salivam os cães
e chove.
Detéxtonos, 2018


Coitados

Tropeçam na pedra. Só alguns
recolhem a pedra
e abrem a cabeça com ela.
Detéxtonos, 2018



Medran nada de herva nesta rentes
dos paus da luz numa ascensão
lentíssima deixa a vertigem (os sinais
luminiscentes das estremas).

Não pisar.

Vai um dia por diante
e no rastro os dedos de um menino
cortando-se na porta

vão quebrar mãos
a erosão do âmbar
a desaparição da impunidade.

Contaxio, 2019


Vertigem era um processo descrevendo-se
a si mesmo,
ula teima por apropiação dos passos
e das ruas.

Uma besta atrapalhando o tráfego, 2019

                                                                             Contaxio, 2019


Partindo o ar a braçada limpa

o império engrossa impacto a impacto e
vem a morte e senta à mesa e abençoa a
fronte do menino.

Comemos sem erguer do prato as marcas
da freiada, o travar na língua do invisível e
festa sem navalhas
não é festa.
                                                                         Contaxio, 2019




Não tem lugar para o desconhecido.
Volta à casa  para ver morrer os sufocados.    

                                                           Contaxio, 2019

 

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Página publicada em julho de 2024


 

 

 
 
 
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